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UNIDADE EM FOCO - UEMG Leopoldina | Contação é peça-chave de projeto para a difusão da literatura

18/10/2017

“A literatura nos coloca em outros lugares, em outros tempos, junto de outras pessoas. Vivemos por meio dela aquilo que é a multiplicidade da vida”, já disse uma vez, em entrevista, Mário Sérgio Cortella. Autor da definição, o renomado filósofo é também – ao lado de Monteiro Lobato, Ruth Rocha, Bia Bedran, dentre outros – um dos nomes utilizados como referência no curso ‘Oficinas de contação de história para acadêmicos e profissionais de educação: o lúdico a favor da formação do leitor crítico’, promovido desde o final do primeiro semestre pela UEMG Unidade Leopoldina.

Com reuniões todas as quintas-feiras e cerca de 50 cursistas, a atividade foi organizada em três módulos. Após o primeiro, teórico, e o segundo, que compreendeu encontros com contadores para abordar por meio do debate e de dinâmicas as metodologias de contação de histórias, atualmente, o curso está em uma etapa de organização de oficinas em creches, escolas e casas de passagem de Leopoldina. A previsão é que, a partir deste mês de outubro, os cursistas se apresentem em pelo menos 10 instituições do município, alcançando mais de 500 crianças até dezembro.

Fundamentação teórica

O curso foi organizado com base nos autores Celso Sisto, que valoriza o texto oral como estimulante para as ideias; José Morais, que demonstra como ocorre o processo da leitura e defende mudanças no cenário da educação brasileira; Edvânia Rodrigues, que problematiza a contribuição de histórias para o desenvolvimento do educando; Betty Coelho, que descreve sua vasta experiência como contadora de histórias; Bia Bedran, que discorre sobre narrativas orais e seus encantamentos; além de Rildo Cosson, que fala sobre o prazer da literatura e como utillizá-la no ensino.

Segundo a mestre e docente na Unidade Leopoldina, Anicézia Romanhol (de pé, na primeira foto), que coordena o Subprojeto local de Pedagogia do PIBID/UEMG e idealizou o curso – coordenando-o juntamente com a professora Elizabete Ramalho e a estudante bolsista Maria Clara Curcio –, um dos objetivos da formação é tornar seus participantes aptos a desenvolver projetos voltados à competência leitora de alunos da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, inclusive na articulação com temas transversais (exemplos na lista abaixo): “O contador, que também é professor, deverá estabelecer diálogo entre o texto e a vida cotidiana dos discentes e da comunidade. A ideia é estimular a oralidade e a escuta do público, estimulando-os a expressarem seus pontos de vista sobre a temática abordada, ampliando-lhes, assim, as habilidades de interpretação textual, a partir da observação, comparação, associação e análise. Nessa perspectiva, o aluno atua, pensa, e o professor é um mediador”.

‘Conto Sonoro’
Esse é o nome do grupo cuja manutenção em atividade é outro propósito do curso, em andamento. Criado em 2016, com o apoio da Fadecit, o coletivo vinculado à UEMG Unidade Leopoldina estuda livros literários e seus autores brasileiros e estrangeiros bem como metodologias de contação de histórias, incluindo recursos de dramatização, uso de projetor multimídia, fantoches e música, além de organizar oficinas e levá-las a escolas da rede pública de Leopoldina e região, para incentivar o gosto pela leitura literária.

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