Ciência ao alcance: feira reúne estudantes, professores e pesquisadores na UFMG
18/07/2017
Fonte: Jornal Hoje em Dia
Fotos: Fernanda Carvalho
Ao colocar as duas mãos em um aparelho com polos positivo e negativo, crianças e adolescentes atuam como condutores de energia e se tornam verdadeiras “pilhas humanas”. Esse é apenas um dos experimentos científicos da 69ª edição da feira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao todo, 30 atividades interativas estão disponíveis aos visitantes.
Maior evento científico do hemisfério sul, a feira gratuita e aberta ao público teve início no último domingo e segue até sábado, no campus Pampulha da UFMG, em BH. A reunião anual agrega instituições, pesquisadores, professores, estudantes e demais amantes de ciência do país e do exterior. Em palestras, mesas redondas, cursos e atividades lúdicas, eles discutem os avanços na área.
Interatividade
Os experimentos e as brincadeiras científicas integram a programação da SBPC Jovem. As atividades, no entanto, não são voltadas apenas para o público infantil, mas para leigos que podem ver como a ciência está presente no dia a dia.
Estudante do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Natan Gonzaga dos Santos é um dos expositores. No espaço Ciência Interativa, ele destaca que é importante “poder demonstrar para as pessoas que a ciência está mais próxima do que elas imaginam”.
Além de um experimento de ilusão de ótica que mostra um furo nas mãos por meio de um cano de PVC, o estande também traz um módulo de comparação de lâmpadas para explicar o consumo de energia.
A pequena Thamyres, de 8 anos, esteve no local. Ao utilizar óculos de realidade virtual, ela conseguiu ver, bem ali no chão da tenda, várias espécies de dinossauros, extintos há milhões de anos. “Eles eram enormes e tinham várias pedras e árvores espalhadas por aqui. Fiquei com medo, mas foi muito legal”, conta.
Iniciativa
No quinto ano como expositor, o professor de física Marcos Antônio Ribeiro, explicava como a eletricidade influencia no movimento de um aparelho montado com garrafas pet. Sem laboratórios de química, física e biologia na escola estadual onde trabalha, em Petrolina, Pernambuco, Marcos teve a ideia de mostrar aos alunos os experimentos na prática.
Para isso, construiu o Museu de Ciências Ricardo Ferreira. “Eu dou aulas no museu e os estudantes constroem, eles mesmos, os experimentos. Depois, levamos para as demais escolas da cidade”, explica.
Ele reforça que o museu ajuda a despertar a curiosidade dos adolescentes para o campo da ciência e é uma ferramenta de inclusão social. “Nós fazemos pesquisas na escola pública e, com isso, incentivamos os alunos a tentarem seguir a carreira em universidades públicas”, diz.
Para o professor, participar da feira é uma das principais formas de trocar os conhecimentos produzidos em ciência no país e torná-los acessíveis à população.
Além Disso
A 69ª reunião da Sociedade Brasileira para o Avanço da Ciência ocorre em um cenário de cortes nos orçamentos para a pesquisa e para a educação no país. Conforme o Hoje em Dia mostrou em abril deste ano, a verba de 2017 para a área de ciência e tecnologia sofreu corte de 44% do governo federal.
O montante equivale a R$ 2,2 bilhões, de um total de R$ 5 bilhões previstos até dezembro.
O assunto também será abordado durante a feira no 5º Salão Nacional de Divulgação Científica, que ocorre nesta terça-feira (18), no auditório da Escola de Engenharia da UFMG, às 10h. A mesa “Os Impactos da Ciência na Sociedade” terá debates promovidos pela Associação Nacional de Pós-Graduandos.
ASSESSORIA DE COMUNICACAO SOCIAL
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