Escola Guignard concede título de Professora Emérita à artista plástica Maria Helena Andrés
Maria Helena Andrés é uma artista plástica que dispensa o uso de ateliês, privilegiando o trabalho em casa, ladeado pela família. Durante a tarde do dia 19 de abril, a artista confirmou o costume e da família se cercou para receber o título de Professora Emérita da Escola Guignard, local que bem poderia chamar também de casa.
A artista plástica, além de ter sido aluna de Guignard, na década de 1940, tem uma trajetória muito estreita com a Escola, dela tendo sido ainda professora e diretora, na década de 1960.
Recentemente, teve uma exposição organizada com suas obras na Galeria de Arte da Unidade, em 2015, e foi convidada em 2016 para realizar a Aula Aberta no Memorial Alberto e Priscila Freire.
Toda essa afinidade foi mais que suficiente para que a Unidade Acadêmica concedesse a ela o título de Professora Emérita. O diretor da Escola Guignard, Adriano Célio Gomide, exaltou a trajetória da artista e lhe entregou um diploma especial com a honraria.
Maria Helena agradeceu a homenagem e relembrou passagens de sua formação profissional, revelando-se uma vanguardista de uma tendência contemporânea: “Sou uma profissional que sempre trabalhou sem ateliê. Usava um barraco perto da família. Enquanto trabalhava, deixava um muro inteiro para as crianças pintarem como quisessem. Hoje vejo como isso era um prenúncio da vida moderna, que se chama home office.”
Representando o reitor da UEMG, o chefe de gabinete Eduardo Andrade Santa Cecília afirmou que o mestre Guignard ficaria satisfeito em presenciar o reconhecimento a uma de suas estudantes em solenidade realizada na Escola que ele ajudou a implementar. “A UEMG se sente honrada em conceder esta homenagem a uma artista como Maria Helena Andrés, que teve a sensibilidade e percepção da íntima ligação existente entre a arte e a educação”, afirmou.
A homenagem foi ainda abrilhantada com a apresentação de um duo de flautas transversais, composto por Artur e Alexandre Andrés, músicos que são, respectivamente, filho e neto da homenageada.
É possível conhecer mais sobre a artista e seu trabalho na
página eletrônica do Instituto Maria Helena Andrés e pelos blogs que ela alimenta:
Vida de artista e
Memórias e Viagens.
Sobre a homenageada
Considerada como uma das precursoras da vertente construtivista em Minas Gerais, Maria Helena Andrés iniciou sua formação artística nos anos 1940, estudando com Carlos Chambelland no Rio de Janeiro, com Alberto da Veiga Guignard em Belo Horizonte e, nos anos 1960, com Theodoros Stamos em Nova York. Lecionou desenho e pintura na Escola Guignard, tendo sido sua diretora em 1965.
A partir da década de 1940 participou de vários Salões de Belas Artes, sendo diversas vezes premiada ou recebendo menção honrosa em exposições nacionais e internacionais.
Ao longo de sua trajetória artística realizou diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil, nos EUA, na Europa e na América Latina. Suas obras compõem acervos de museus e galerias de vários países.
Publicou os livros: Vivência e Arte (1966); Os Caminhos da Arte (1977) e Belo Horizonte, (2000 e 2015); Oriente-Ocidente – Integração de Culturas (1984); Encontro com Mestres no Oriente, (1993); Maria Helena Andrés – Depoimentos, Coleção Circuito Atelier (1998) e Maria Helena Andrés (2004).
Em 2005 foi criado o Instituto Maria Helena Andrés (IMHA) em Entre Rios de Minas, hoje com sede no Condomínio Retiro das Pedras, em Brumadinho. O Instituto tem como objetivo catalogar, conservar e divulgar a obra da artista, além de promover ações e intercâmbios culturais no Brasil e no exterior.