Estudante da FaE denuncia suposto episódio de racismo sofrido em shopping da capital
23/12/2016
Foto: Brasil de Fato
texto: Thaís Pereira - estagiária da Assessoria de Comunicação da UEMG
A estudante da Faculdade de Educação da UEMG, Ayana Amorim, 22, liderou um ato de manifestação nesta terça-feira (20), em shopping da região central de Belo Horizonte, em repúdio a um suposto episódio de racismo sofrido por ela e outros jovens no local durante a semana anterior.
De acordo com Ayana, ela e quatro amigos, todos negros, se encontraram no shopping na última sexta feira e desde o momento em que chegaram ao local teriam sido acompanhados de perto por seguranças locais, procedimento não replicado para outros visitantes.
A atitude incomodou o grupo, que associou o tratamento recebido à cor de suas peles: “perguntei o que estava acontecendo e por que eles estavam tentando nos impedir de transitar, e como resposta, o funcionário nos disse que estávamos ameaçando a segurança do lugar”, relatou Ayana.
Depois de acionar a supervisão do estabelecimento, o grupo acionou a Polícia Militar para registrar uma ocorrência. De acordo com a estudante, a conduta dos policiais também não correu como esperado. “A polícia chegou, ouviu primeiro os seguranças e somente depois nos deu a palavra. Quando terminamos de falar, eles disseram que isso não se caracterizava como racismo, pois não estava na Constituição. Passou um bom tempo até que nos conduzissem para a delegacia”, explicou Ayana, que é também diretora estadual da Juventude da Coordenação de Entidades Negras (CONEN).
Além do ato público de repúdio e do registro de Boletim de Ocorrência (B.O.), os jovens afirmaram que também vão entrar com uma ação no Ministério Público: “não podemos deixar passar, pois acontece todos os dias. Não fomos os primeiros a sofrer discriminação neste shopping, as outras pessoas precisam ver e lutar. Não queremos que seja apenas mais um boletim de ocorrência, tem que sair do papel”, finalizou.
O caso ganhou repercussão nas páginas eletrônicas do Estado de Minas, O Tempo e da página eletrônica Brasil de Fato.
Contraponto
De acordo com o site do jornal O Tempo, a assessoria do Shopping Cidade informou que os adolescentes citados na reportagem estariam usando as escadas rolantes do local de forma inadequada, colocando em risco a segurança deles e dos demais clientes, e que, por isso, teriam sido advertidos pela segurança. Após a repercussão na imprensa e nas redes sociais, o estabelecimento divulgou uma nota pública sobre o acontecido.
A Universidade do Estado de Minas Gerais está monitorando a situação e seus desdobramentos.
ASSESSORIA DE COMUNICACAO SOCIAL
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