12º P&D: alunos contestam violência através de banner acadêmico
10/10/2016
Thaís Pereira/ASCOM-UEMG
Fotos: Vinicius Lopes/ASCOM-UEMG
Durante o 12º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design (P&D), que aconteceu na última semana, foram expostos dezenas de banners acadêmicos por alunos do país inteiro, baseados em projetos e ideias sustentáveis e/ou de função social, para apresentar aos participantes e provocar interesse pelo projeto.
Um exemplo disso foi o pôster "Violência contra transgêneros: construindo cartografias etnográficas", apresentado no último dia do Congresso pelo estudante Lucas Mendes Pinheiro, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em projeto conjunto com os alunos Kalyl Mendes Farias e Amanda Aramaki.
Confeccionado para a aula de Projeto Gráfico 2, o estudante conta que a ideia partiu de um trabalho para a professora Raquel Noronha, que distribuiu vários temas para a turma com o intuito de que os alunos transformassem dados relacionados ao tema escolhido em cartografias etnográficas.
A primeira escolha do grupo foi “violência contra travestis”. Mendes explica que as informações encontradas eram escassas e não mostravam a proporção real do problema: “depois que fizemos um giro para achar pessoas que pudessem falar sobre a violência contra travestis, com propriedade, percebemos que as informações eram precárias e o trabalho podia tomar uma proporção maior, englobando outras vítimas”, explica. “Assim, nós mudamos o tema para 'violência contra transgêneros' e começamos os métodos de pesquisa novamente”.
O estudante de design explicou que o primeiro passo foi aprofundar no tema e entender a vida e realidade dos transgêneros, usando como objeto de estudo, alunos da universidade: “foram realizadas entrevistas individuais e grupos focais reunidos para avaliar e apontar problemas e soluções sobre o tema, e principalmente relatar suas experiências em seus ambientes, o que é de grande importância para o método cartográfico”. reforça.
Design
Após todo o material coletado, os alunos da UFMA partiram para o método do design, que consiste em tornar as informações acessíveis para serem utilizadas como ferramenta de discussão, de forma dinâmica, através de um infográfico.
O intuito é que o banner acompanhado de informações textuais relativas ao preconceito sofrido por transgêneros dentro e fora de casa, se torne domínio público, como forma de divulgação do que acontece no estado do Maranhão.
Mendes finalizou sua apresentação reforçando a importância de falar sobre a violência e de como foi importante essa oportunidade de trazer o assunto para o P&D 2016: “esse trabalho é sobre projeto gráfico, mas engloba uma questão importante, e estou feliz de poder falar sobre os dois, aqui, pra tanta gente. É um incentivo para continuar, percebo que esses temas vêm recebendo maior visibilidade só agora”, e finaliza. “No evento, tivemos um grande interesse de várias faixas etárias em entender o banner, acho que foi uma oportunidade e tanto.”
Tecnologias assistivas no P&D
Dentre os pôsteres disponíveis para apreciação, esteve o “Design de tecnologias assistivas para tetraplégicos”, apresentado pela aluna Beatrice Terço, da Puc Rio. Seu projeto propõe a elaboração de uma interface para auxiliar pessoas deficientes, para que possam se tornar mais independentes em suas ações cotidianas. O projeto consiste no desenvolvimento de controles para operar aparelhos de TV, com sensores e adequação às limitações do usuário.
Ainda em processo de criação, o objetivo é tornar a interface física apresente ao mesmo tempo usabilidade e beleza estética, para que seu uso seja divulgado e desejado.
Foram apresentados, durante os quatro dias de evento, 72 pôsteres com as mais variadas temáticas.
ASSESSORIA DE COMUNICACAO SOCIAL
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