12º P&D: Não se sustenta inovação empresarial sem inovação no ensino, defende designer mexicano
05/10/2016
A segunda palestra internacional do 12º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design (P&D) foi realizada na manhã do dia 10, pelo professor e designer mexicano Jose Federico Hess.
Com o tema "Inovação empresarial e inovação educativa", Hess afirmou durante sua palestra,entre outras assertivas, que hoje em dia 85% das empresas mundiais querem inovar, mas 95% delas falham ao percorrer o processo. Ele explica que o baixo número de êxitos se justifica inicialmente pela falta de cultura de inovação em nível individual: "As pessoas não são treinadas para inovar, apenas para aprender e replicar uma técnica", argumenta.
Ele afirma que esse lapso é especialmente problemático quando empresas e funcionários enfrentam uma concorrência maciça em nível global, agravado pelo fato de a maior parte da riqueza mundial ser produzida por empresas extremamente inovadoras.
Ensino deve ser repensado
Para Hess, o ensino atual está em decadência e é incapaz de gerar sujeitos capacitados para atuar nas áreas econômicas mais produtivas. Não é capaz de instigar o cidadão para inovar, empreender e ser criativo na busca de soluções.
Ele explicou que existe um encadeamento no processo formativo profissional que acredita que o sujeito deva criar informações a partir de dados, conhecimento a partir de informações e know how a partir da aplicação do conhecimento, mas que é preciso expandir esse entendimento para o know why (saber por que, em tradução livre, ou seja, conhecer a necessidade e como se dão procedimentos e técnicas de determinada área do conhecimento), entendimento esse que levará à proposição de novas ideias, inovar, enfim.
Caso de sucesso
Para exemplificar a mudaça de que se precisa para competir com um esforço constante em inovação, Hess citou a urgência de alterações pedagógicas, que ensinem o sujeito em formação a buscar organicamente a inovação.
Assim, citou o caso do Tecnológico Monterrey, uma faculdade em que diversas empresas se uniram para formar o profissional com o perfil de que precisavam e que não encontram no mercado.
Entre as iniciativas utilizadas na instituição, estão a utilização balanceada de aulas presenciais e digitais; a alteração no papel de professor, que não é mais a fonte vertical do saber, e sim um monitor para as diversas aprendizagens; a flexibilidade nos currículos, em que se formem profissionais de acordo com suas habilidades e desejos, que se formam com características únicas e inseríveis a diversos contextos empresariais, em vez de diversos deles padronizados, treinados somente para situações específicas, que reproduzam técnicas e saberes pré-moldados. Citou ainda a internacionalização acelerada (o contato com a expertise, saberes e fazeres de outras culturas permite um desenvolvimento duas vezes mais rápido ao formando).
ASSESSORIA DE COMUNICACAO SOCIAL
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