Avança projeto da UEMG que visa a recuperar áreas mineradas
30/09/2016
Divulgado recentemente no site da UEMG (relembre aqui), o ‘Projeto Vetiver’ da Unidade João Monlevade, que estuda a aplicação de uma gramínea de mesmo nome na recuperação de solos degradados pela extração mineral e na proteção de barragens de rejeitos, entra em nova fase. A equipe da pesquisa iniciou o processo de coleta de informações a partir do desmonte da estrutura experimental.
Nessa primeira fase de expansão da pesquisa, os dados levantados serão relativos ao desenvolvimento da parte aérea e radicular da vetiver, e seu potencial de estabilização de massas de terra. Conforme explica o engenheiro de Minas Igor Fernandes, que conduz o trabalho juntamente com o professor Prof. D.Sc. Marcos Antônio Gomes, as informações obtidas até o momento indicam um potencial de utilização comercial do Vetiver, mas a confirmação virá com o desenvolvimento do projeto e os resultados obtidos nos próximos anos.
Ainda segundo Igor, o pionerismo do trabalho, desenvolvido no âmbito do Grupo de Engenharia de Minas da UEMG (GEMas), está na produção de informações inéditas em relação à avaliação do desenvolvimento do capim vetiver em estéril e rejeito de mineração de ferro, e sua utilização na Bioengenharia e Geotecnia: “Esse pioneirismo extrapola as fronteiras do Brasil, considerando o nível de detalhamento e diversidade de informações geradas sobre o uso do capim Vetiver em estéril e rejeito de minério de ferro”.
Projeto Vetiver
Com características bastantes chamativas, como suportar queimadas, geadas, inundações, e ter um crescimento aéreo e radicular notável, esse tipo de capim, de origem indiana, tem amplo potencial de utilização em ambientes agressivos. Há estudos de sua utilização na recuperação de áreas degradadas pela mineração de ouro, bauxita, carvão, chumbo e afins, mas poucos sobre sua aplicação em mineração de ferro.
Surpresos com as características da planta e cientes da necessidade de se propor melhorias na estabilização de estruturas de disposição na mineração de ferro, como em pilhas de estéril e barragens de rejeito, o GEMas UEMG iniciou, em 2013, o Projeto Vetiver.
No início do projeto, foram desenvolvidos experimentos em escala reduzida e ambiente controlado, testando em rejeito e estéril e observando desenvolvimento da gramínea em diferentes misturas dos substratos supracitados. A qualidade da pesquisa permitiu a aplicação e expansão do Projeto Vetiver junto à ArcelorMittal Mineração Andrade Brasil no ano de 2014.
Os resultados obtidos serviram de base para a criação de documentos como artigos científicos, informativos e resumos em congressos, com vistas a orientar a utilização da Vetiver em rejeito de minério de ferro e estéril.
Da esquerda para direita: vestidos de azul, funcionários de empresa prestadora de serviços para a ArcelorMittal Mineração Brasil; a estudante de Engenharia de Minas, Fernanda Cristina Pereira; o engenheiro de Minas e pesquisador, Igor Fernandes de Abreu; o estudante de Engenharia de Minas, Giovanne César Pereira Discacciati; Edimar Junio Fernandes Dias, membro da Gerência de Meio Ambiente da ArcelorMittal Mineração Andrade Brasil; e o Prof. Doutor e pesquisador Marcos Antônio Gomes
JOÃO MONLEVADE
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