Mestrado em Artes consolida cursos stricto sensu na UEMG

30/05/2016

Reitor Dijon Moraes Júnior participa da Aula Inaugural da primeira turma do Mestrado em Artes


A criação de cursos de Mestrado e Doutorado é uma das principais metas estipuladas no Plano de Desenvolvimento Institucional da UEMG (PDI). Além de atender às exigências da legislação, mestrados e doutorados sabidamente aumentam a produção em pesquisa, favorecem a criação de novos projetos e significam aumento de acesso ao ensino de pós-graduação gratuito e de qualidade.

Até 2008, o único curso de pós-graduação stricto sensu oferecido pela Instituição era o Programa de Mestrado e Doutorado em Engenharia de Materiais – REDEMAT, em colaboração com UFOP e CETEC.
A partir dessa data, a UEMG vem desenvolvendo esforços e contratando docentes com doutorado, visando estabelecer condições para criação de cursos próprios de pós-graduação stricto sensu. Como resultado dessas iniciativas, foram criados os Mestrados de Educação e de Design, em 2009, o Doutorado em Design e, mais recentemente, o Mestrado em Artes. Esses dois últimos cursos iniciaram atividades em 2015.


Proposta inovadora aprovou Mestrado em Artes

Começar as atividades de um programa de pós-graduação stricto sensu obtendo nota 4 pela Capes não é comum. E isso aconteceu com o Mestrado em Artes da UEMG, que reuniu pela primeira vez a expertise de duas Unidades Acadêmicas – a Escola Guignard e a Escola de Música – para a elaboração conjunta de um curso que tem como proposta a compreensão do que a arte apresenta em comum em todas as suas linguagens.

Ao realizar a abertura da aula inaugural, o reitor da UEMG, Dijon Moraes Júnior, enalteceu o ineditismo da proposta: “Sempre que inauguramos um curso desse porte é uma alegria, pois conhecemos bem as dificuldades que precisaram ser vencidas para que existissem”. Ele afirmou também que as parcerias entre as Unidades Acadêmicas devem ser sempre encorajadas: “Essa parceria está ocorrendo em Belo Horizonte e trabalhamos para que também se repita em outras Unidades, porque iniciativas como esta reafirmam a essência do que somos: uma instituição multicampi”.

A coordenadora do mestrado, professora Helena Lopes (imagem à esquerda), afirma que ambas as escolas começaram a engendrar a possibilidade de unirem suas expertises após tentativas anteriores de aprovação de mestrados específicos de cada área.

Como elas tratam de formações e desenvolvimento de habilidades e técnicas de linguagens artísticas distintas, artes visuais e música, as escolas precisaram ampliar seu olhar e enfocar o objeto que as concernia por igual: o campo artístico. “Buscamos o ponto de convergência no campo conceitual: o que o artista faz, como se ensina a arte. Então temos aí dois campos distintos: o do fazer artístico e do ensino em arte”, explica.

Os entendimentos do corpo docente interdisciplinar criaram as duas linhas de pesquisa atualmente oferecidas: dimensões teóricas e práticas da produção artística e Processos de formação, mediação e recepção.

“Da concepção à realização foi necessário um ano e meio. Tivemos consultorias das áreas das artes visuais e da música para compreender qual seria a proposta”, informa a coordenadora.

O diretor da Escola de Música, professor Rogério Bianchi, ressaltou que a abertura do curso irá fomentar a discussão sobre artes. “O ambiente da pesquisa será mais promovido, haverá mais um mestrado na cidade, para as pessoas que saem da graduação, e haverá a ampliação na discussão sobre artes”.

Aula Inaugural

Um exemplo de como as artes podem dialogar entre si está expresso no trabalho do compositor e gestor cultural mexicano Rodrigo Sigal (imagem à direita). Desde 2006 é diretor do Centro Mexicano para Música e Artes Sonoras (CMMAS), de onde coordena diversas iniciativas de criação, educação e investigação e gestão cultural relacionadas com o som e com a música.

O compositor interessa-se também pelo trabalho com novas tecnologias, especialmente no âmbito da música eletroacústica. Fez um doutorado na Universidade de Londres, e um pós-doutorado na Universidade Autônoma do México. Há mais de dez anos dedica-se à produção de espetáculos originais baseados na reflexão e questionamento social, através de concertos visuais, que consistem em estimular a consciência e potencializar a sensibilidade auditiva visual, poética e conceitual do próprio espectador.

Foi dele a Aula Inaugural da primeira turma do Mestrado em Artes da UEMG. Com a palestra “Estratégias de música eletroacústica, uma experiência pessoal”, Sigal demonstrou como a arte pode dialogar com suas diversas linguagens e quais os resultados aferidos a partir dessas experiências.

Ele defendeu a natureza sinestésica da arte, que é potencializada hoje pelas novas tecnologias digitais: “Acho que a tecnologia hoje auxilia que não haja diferenciação entre as linguagens artísticas. A criação visual, os elementos visuais se conectam de maneira muito orgânica com sons e com a música”, argumenta. “Então me parece normal que as instituições se empenhem em incorporar esses conhecimentos de forma mais conectada. Não de forma multidisciplinar, mas interdisciplinar, que possibilitem, por exemplo, comunicar a música pelos olhos e vídeo pelos ouvidos”.

A pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação parabenizou as Escolas pelo evento e pela iniciativa conjunta, destacando-a como um modelo exitoso, que pode ser replicado pelas diversas Unidades da UEMG como uma forma de interagir, viabilizar e agilizar a criação de cursos de pós-graduação em “lato” e “stricto sensu”.
“Uma vez que a UEMG tem cursos em diversos campos do conhecimento e docentes com diversas formações, há um amplo espaço para interação, desenvolvimento de projetos que tratem da solução de problemas que exijam abordagens de diversas áreas, e criação de cursos que tratem de temáticas de natureza multidisciplinar”, afirmou a professora Terezinha Gontijo, pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação.

ASSESSORIA DE COMUNICACAO SOCIAL