Divinópolis: mesa-redonda e mostra coreográfica marcam abertura da 4ª Semana da UEMG
16/09/2015
Cada movimento da apresentação de dança que abriu a 4ª Semana da UEMG na unidade Divinópolis, na terça-feira, 15, foi seguido por olhares atentos e encantados. Alunos dos cursos de Educação Física (licenciatura e bacharelado) apresentaram o espetáculo sobre a influência da cultura africana no Brasil, coreografado pela professora Kátia Jéssica Brandão. “Adorei a apresentação. Tenho conhecimento sobre outras apresentações, tanto aqui em Divinópolis, quanto em outros lugares da região, e essa apresentação não perdeu para nenhuma outra mostra coreográfica”, observou Rosilene Tavares, mãe de um dos alunos da instituição, que veio assistir o evento.
Depois da apresentação, “Afrodescendência - memória cultural, social e política em Minas Gerais” foi o tema da mesa-redonda que contou com a participação do gerente de Patrimônio Imaterial do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA- MG), Luiz Gustavo Molinare, e da integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB), Ana Mônica Henriques Lopes, que falou sobre a construção da África do Sul através dos museus. “É sempre importante ter eventos como esse que difundem e divulgam as formas de valorização do patrimônio cultural de Minas Gerais. Estudar o passado é saber dar a melhor resposta para as questões futuras”, comentou Molinare. Ele mostrou as etapas básicas para a patrimonialização de bens culturais e, logo depois, apresentou um documentário sobre a Comunidade Negra dos Arturos, de Contagem.
Composta por cerca de 80 famílias, a comunidade é descendente de Camilo Silvério da Silva que, em meados do século XIX, veio de Angola em um navio negreiro, sendo enviado para trabalhar nas minas e lavouras de Minas Gerais. Aqui, com as memórias que trouxe do seu país de origem, ele enriqueceu a cultura: a comunidade dos Arturos produz, entre outras comemorações, a Festa do Rosário, também conhecida como Congado, a Folia de Reis e a festa da capina ou Festa do João do Mato, manifestações que retratam a identidade africana e o sincretismo cultural.
Reportagem e fotografias: Júlia Resende (2º período de Jornalismo)
Profª orientadora: Daniela Couto
DIVINÓPOLIS
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