Evento promove a tradição da Festa de Santa Cruz em Divinópolis
16/09/2015
Na última segunda-feira, a UEMG, Unidade Divinópolis promoveu a exibição do documentário “Festa de Santa Cruz” na comunidade do Choro, na zona rural da cidade. O filme exibido no salão da Escola Municipal Emílio Ribas faz parte da 4ª Semana UEMG e foi produzido em 16 comunidades rurais de Divinópolis. Os moradores puderam ver de perto o trabalho do projeto que visa a transformar a região do Centro-Oeste mineiro em objeto de estudo.
“Pai nosso que estais nos céus santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino...”. A continuidade da oração do Pai Nosso todos conhecem, mas o fato de ser ouvida durante a Festa de Santa Cruz faz com que ela pareça ser inédita. A reza é marcada por um coro entoado por senhores e senhoras, num ritmo acelerado, quase cantado. A festa ocorre anualmente, sempre no início do mês de maio.
É o ritmo da oração que marca os nove dias de novena celebrada aos pés do Cruzeiro, o ponto de encontro dos fiéis. No alto do morro iluminado pelas fogueiras e velas, as bandeiras coloridas confeitadas a mão enfeitam a festa. Os festeiros - como são chamados os casais que confeccionam arcos coloridos, os pagadores de promessas e os que fazem as ofertas de foguetes e doações para os leilões - vão em filas puxando a multidão para o início de mais uma “carreira” do terço. Há quem diga que, mesmo em ritmo acelerado, os terços duram horas, mas para os que têm fé, elas passam rápido. “Antigamente o povo tinha mais entusiasmo com a Festa. Não sei o porquê, mas hoje em dia a tradição não continua tão firme quanto antigamente”, lamenta-se Dona Maria Alzira.
É isso que retrata o documentário que foi produzido no Choro, Lopes, Buritis, Branquinhos, Córrego Falso, Lage, Tamboril e em outras comunidades rurais e urbanas que realizam a festa que tem tradição secular no Brasil e faz parte do acervo do Projeto Em Redes, como explica o coordenador do evento e professor da Unidade Divinópolis da UEMG José Heleno Ferreira: “Entre os anos de 2011 e 2013, fizemos uma vasta pesquisa em toda a região Centro-Oeste sobre a Festa de Santa Cruz. É uma festa de origem portuguesa que está presente em todas as comunidades rurais e também comunidades urbanas. O objetivo do trabalho foi documentar a festa e promover uma discussão entre as comunidades sobre a questão das mudanças e as permanências das tradições características da festa”, disse.
Olhos fixos na tela que refletia parte da história dos próprios moradores, sobretudo dos mais velhos. Já para os mais novos, a exibição deixou um desejo e a curiosidade de participar das festividades. Ao final da exibição, uma roda de conversa com os cerca de 40 espectadores, a respeito as impressões sobre o filme fechou a noite na escola. “Coincidentemente hoje, dia 14 de setembro, é o dia da Exaltação da Santa Cruz no calendário Católico, então o filme veio na hora certa. É muito importante esse documentário pra não deixar a festa cair no esquecimento e manter a tradição”, afirmou o Dario Roberto, morador e líder comunitário. Já para o senhor José Alfredo fica a satisfação por participar do documento: “Tenho meus 80 anos e desde menino cresci vendo isso aqui. Eu fiquei muito feliz quando bateram na minha casa para fazer a entrevista”, lembra.
Cópias do material exibido foram distribuídos para os moradores reverem o documentário. No próximo sábado será a vez da comunidade dos Lopes ver a exibição, no Centro Comunitário a partir das 19 horas. O documentário também está disponível na internet na página do Youtube do Portal Em Redes, no endereço http://www.emredes.org.br/
Reportagem e Fotos: Junio Kenio e Pedro Martins (2º Período/Jornalismo – UEMG/Divinópolis)
Orientação: Prof. Gilson Raslan Filho
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