Comunidade acadêmica da Unidade Carangola participa de bate-papo com Adélia Prado
Estudantes e professores da UEMG Carangola, além da comunidade da cidade e região, participaram de uma palestra e diálogo intimista com a poeta, professora e filósofa brasileira Adélia Prado. Nascida em Divinópolis (MG), a escritora esteve em Carangola como primeira convidada do projeto Bate-papo.com, promovido pelo curso de Letras da unidade, que contou com a parceria do Núcleo de Pesquisa e Extensão da unidade e do Centro de Difusão Cultural Padre Paschoal Rangel. Cerca de 500 pessoas prestigiaram o evento, realizado na sexta-feira, dia 24 de abril.
A proposta do projeto de Extensão do curso de Letras Bate-papo.com é levar até Carangola, a cada dois meses, uma personalidade do campo da educação, das letras ou da literatura, a fim de se complementar os conhecimentos dos estudantes. A coordenadora do curso de Letras da UEMG Unidade Carangola, professora Ivete Monteiro de Azevedo, destacou que, “nesse bimestre, ainda haverá mais uma personalidade e, no segundo semestre, mais duas, inclusive uma escritora especialista em Fernando Pessoa, já que em 2015 completam-se 80 anos de sua morte”.
Para a coordenadora de Extensão da UEMG Carangola, professora Glaciene Januário Hottis Lira, “nada melhor do que começarmos com poesia. A Pró-Reitoria de Extensão da UEMG desempenhou grande apoio para que esse evento acontecesse, abrindo-o com a participação de Adélia Prado”.
Adélia respondeu ao público sobre diversos temas, expondo sua perspectiva sobre livros produzidos na atualidade, feminismo e questões do cotidiano. “A arte é poesia, e poesia é tudo aquilo que conseguimos transmitir sobre alguma coisa. Um livro, uma pintura ou uma música precisam ter poesia para tocar o outro. A poesia não está apenas nos poemas; inclusive temos poemas que não têm poesia”, comentou a escritora.
A presença de personalidades da literatura, em cidades como Carangola, é muito importante para a interiorização do acesso cultural, por vezes restrito aos grandes centros. A ex-professora da UEMG Unidade Carangola e membro do Centro de Difusão Cultural Padre Paschoal Rangel Lauricy Belletti Rodrigues ressaltou que “a vinda de personalidades assim, aqui, desmistifica um pouco a ideia de ‘monstro sagrado’, ao se conversar, ‘tocar-se’ no poeta. Adélia Prado é uma referência nacional. Uma poeta viva brasileira, de grande prestígio nacional e internacionalmente. Se for possível, vamos trazê-la outras vezes”.
O diretor da UEMG Unidade Carangola, Braz Antônio Pereira Cosenza, ressaltou a importância de experiências como esta para os estudantes. “Todo esse trabalho vem sustentar o tripé universitário – pesquisa, ensino e extensão. A vinda da Adélia Prado, como a de outras personalidades, que já estiveram em Carangola ou que virão ao longo do ano, fortalece mais a consolidação do nosso grande objetivo: a construção de uma universidade pública. Além disso, um evento como esse proporciona ao interior cultura de qualidade e faz com que as pessoas se tornem mais adeptas e ligadas à poesia, à leitura e à literatura, que normalmente estão muito associadas às grandes cidades. Carangola é uma cidade antiga, tem mais de 150 anos e possui uma trajetória cultural estadual e nacionalmente importantíssima. Dessa forma, a vinda de Adélia Prado consolida o potencial cultural da cidade e região”.
Na ocasião, Adélia ainda fez a leitura de poemas, alguns selecionados por ela e outros pelo público, que conquistaram fortes aplausos e risos dos participantes do evento. Ao final, a escritora autografou algumas de suas obras e foi fotografada com o público. Apesar da grande fila, ela atendeu a todos com atenção e simpatia. “Para mim, enquanto houver eventos dessa natureza, de pessoas se reunirem numa sala para falar a respeito de arte e poesia, há esperança. Isso, para mim, significa uma esperança para o país e, para as pessoas, pode significar um encontro com a poesia. A percepção de que não é perda de tempo gastar-se com arte, com poesia, e de que isso faz parte da humanização, da vida espiritual, da vida interior: é como descobrir tesouros. Eu, por exemplo, descobri que ver cinema bom é uma coisa boa para minha alma”, finalizou Adélia.
Reportagem produzida pela estudante Poliany Mota, do curso de Comunicação Social – Jornalismo da UEMG Unidade Divinópolis, como atividade integrada à disciplina Oficina de Jornalismo III (1º semestre/2015), ministrada pela professora Laura Dias, com coorientação de Max Myller e colaboração da Assessoria de Comunicação e dos Laboratórios de Comunicação Social da UEMG Unidade Divinópolis
Fotografia: Elvis Gomes