Assessoria de Comunicação - Unidade Divinópolis
Ao som de composições de Béla Bartók, Heitor Villa-Lobos e Pablo de Sarasate, executadas pela Orquestra da Escola de Música da UEMG, sob a regência do maestro Arnon Oliveira, foi iniciada, nesta quarta-feira (19 de novembro), a cerimônia de abertura da 16ª edição do Seminário de Pesquisa e Extensão da UEMG.
Realizado no auditório da Escola Guignard, em Belo Horizonte, o evento reuniu cerca de 450 participantes, entre professores e estudantes das unidades da capital e do interior, e foi transmitido, por meio de videoconferência, promovendo uma integração em rede com 15 outras unidades da Universidade.
A presidente do Comitê Acadêmico de Organização do seminário, professora Gisele Hissa Safar, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a interação proporcionada pelo evento. “Este seminário conta com a participação de todas as unidades da UEMG. No total, serão apresentados 430 pôsteres e 147 comunicações, além de oficinas, palestras e atividades culturais”, enfatizou.
O reitor da UEMG, professor Dijon Moraes Junior, parabenizou os organizadores e participantes do seminário e destacou a singularidade desse momento para a Universidade. “Este seminário é o primeiro que está sendo realizado de forma unificada entre todas as unidades, uma vez que as seis unidades que eram associadas à UEMG [Campanha, Carangola, Diamantina, Divinópolis, Ituiutaba e Passos], e que eram convidadas para o evento, agora, [com o processo de absorção], são unidades da Universidade”, completou.
Os participantes também puderam conferir, na Galeria da Escola Guignard, a abertura da exposição “Escola Guignard / 70 anos”, que apresenta obras do acervo artístico e museológico da escola selecionadas pelos curadores Renato Madureira e Paulo Amaral. A mostra permanecerá em exposição até o dia 30 de novembro.
A cerimônia foi encerrada com a apresentação do espetáculo “Brasil d’Áfricas”, do Grupo Bataka, companhia criada em 1982 pelo bailarino, coreógrafo e pesquisador Evandro Passos, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar as raízes afro-brasileiras. A montagem apresentou, por meio da dança e da música, as diversas manifestações afro-brasileiras, como a Congada, as Marujadas e o Candomblé.
Conferência de abertura
Com ênfase no tema “Educação e tecnologia”, a conferência de abertura do seminário foi ministrada pelo professor da UFMG Luciano Mendes de Faria Filho. Graduado em Pedagogia e mestre em Educação pela UFMG e doutor pela USP, com uma pesquisa sobre a história da escola pública em Belo Horizonte na Primeira República, o professor traçou um panorama histórico sobre o papel das ciências humanas na área de ciência e tecnologia, desde a Idade Média até os dias atuais, passando pela evolução da Universidade na Europa dos séculos 13 e 19, por exemplo, e pela expansão da escolarização no Brasil no início do século 20, com a fundação das primeiras universidades no país.
No entanto, a discussão proposta pelo professor vai além de um contexto meramente histórico. Ele destacou a importância da pesquisa dentro da Universidade, em especial para os cursos da área das ciências sociais aplicadas, pouco valorizada hoje em dia. Além disso, o professor enfatizou a necessidade de uma internacionalização das áreas das ciências humanas e de uma articulação política para os profissionais da área.
Para o professor, é preciso ampliar o diálogo com a sociedade, assim como aprofundar a discussão sobre o lugar das ciências humanas na comunidade científica, promovendo, ainda mais, o reconhecimento dos profissionais desta área como pesquisadores de ciência e inovação tecnológica. “Além do diálogo com a população, é preciso fazer valer essa discussão como um dever cívico. Precisamos estar mais interessados e engajados, ajudando a construir um país mais democrático, justo e igualitário, capaz de reconhecer a ciência e a tecnologia como modos científicos, que não excluem a experiência com o outro, ou com a sociedade, como forma de ciência”, concluiu.