Centenas de pessoas, entre alunos, professores, funcionários, ex-alunos e outros segmentos da sociedade de Diamantina, se reuniram no Teatro Santa Isabel, nessa segunda-feira (2), para participar de audiência pública que debateu o processo de incorporação da Fundação Universitária do Vale do Jequitinhonha (Fevale) pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).

A estadualização dessa fundação é um compromisso assumido pelo Governo de Minas e faz parte do Projeto Estratégico Expansão do Ensino Superior, que vai ampliar significativamente o número de vagas. O público presente na audiência ultrapassou a capacidade do teatro, por isso foi instalado um telão para o acompanhamento também fora do prédio.

O evento contou com a presença do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, do reitor da Uemg, Dijon Moraes Júnior, de deputados estaduais, da presidente da Fevale, Silvana Paslauski, autoridades municipais e representantes dos alunos e professores.

Em seu pronunciamento, Narcio fez diversos anúncios, o principal deles, foi que o governador Antonio Anastasia está reunindo elementos para assinar o decreto ainda neste semestre. Ele explicou que o Governo de Minas vai arcar com todo passivo trabalhista dos professores e funcionários das fundações e informou ainda que o Centro Unesco-Hidroex ganhará uma unidade em Diamantina.

“A preocupação do governo não é somente de estadualizar as fundações, mas também trabalhar para aumentar a qualidade da universidade, fazer com que os professores possam se capacitar e oferecer ainda qualidade no ensino aos alunos. A infraestrutura com melhores laboratórios, ferramentas e instrumentos pedagógicos também terá prioridade. Estamos investindo pesado em inovação para oferecer o melhor a todos”, comentou Narcio.

O secretário tranquilizou os alunos e professores, dizendo que a estadualização das fundações vem para somar e qualificar o ensino superior mineiro. Afirmou que finalmente vai concretizar o sonho do professor Aluísio Pimenta, primeiro reitor e idealizador da Uemg, que sempre ambicionou em transformá-la em uma instituição multicampi para chegar a todos os cantos de Minas.

Os convidados responderam a várias questões, dentre elas, sobre como será a negociação dos alunos que têm débito com a Fevale. Eles terão um prazo definido em regulamento para renegociação da dívida, condição necessária para se habilitar à renovação de matrícula. Também foram respondidas questões sobre o Programa Pro-Uemg, que irá continuar com a linha de pesquisa e extensão; o Plano de Carreira dos professores, que é competitivo e atrativo; e sobre a oferta de novos cursos, que segundo o reitor Dijon, será feito um estudo das vocações e necessidades da região.

O presidente da Câmara Municipal, Maurício Maia, que abriu e presidiu a audiência pública, falou dos anos de luta para que esta estadualização fosse concretizada. E fez uma referência aos diamantinenses que lutaram intensamente para realizar este feito. O prefeito Paulo Célio de Almeida destacou que o fortalecimento do ensino superior na região vai proporcionar mais cultura e educação para a região, trazendo o desenvolvimento do conhecimento novamente para o município.

Fevale

A Fevale funciona há quase 48 anos levando ensino de qualidade para Diamantina e região. Com a estadualização, a fundação vai integrar a terceira maior universidade do Estado, garantindo acesso à educação universitária gratuita e de qualidade, com mais opções de cursos, pesquisa e extensão. A instituição já formou mais de 6 mil alunos nas áreas de Filosofia, Letras, Pedagogia, História, Matemática e Música. Atualmente, a Fevale conta apenas com a Faculdade de Ciências Jurídicas, que oferece curso de graduação em Direito e pós-graduação Lato Sensu em Direito Educacional.