Aluna da UEMG vence Premio Jovem Cientista
28/11/2012
Priscila Ariane Loschi, aluna de Design de Produtos da Escola de Design da UEMG, foi a grande vencedora do 26° Prêmio Jovem Cientista na categoria Ensino Superior. Priscila, de 23 anos, foi orientada pela professora Eliane Aires. O anúncio oficial foi feito em Brasília pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva.
Tendo como tema a Inovação Tecnológica nos Esportes, esta edição premiou jovens talentos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso que contribuíram para os avanços tecnológicos, sociais e econômicos nas atividades esportivas. Priscila é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - PIBIT/UEMG/CNPq.
Para o presidente do CNPq, a escolha da temática esportiva vem ao encontro do momento em que o Brasil se prepara para o recebimento de grandes eventos desportivos mundiais, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. "A área de ciência e tecnologia do país presta sua contribuição ao desenvolvimento de ações que serão amplamente utilizadas tanto na esfera da economia, com a geração de riquezas, quanto na social, com a motivação de jovens e crianças brasileiras às praticas saudáveis do esporte", afirmou Glaucius Oliva.
Os candidatos ao XXVI Prêmio Jovem Cientistas tiveram o desafio de abordar em suas linhas de pesquisa questões ligadas à gestão esportiva; tecnologias da informação aplicadas ao esporte; design de vestuários esportivos; inovações em nutrição para atletas e desportistas; recursos tecnológicos e tratamento de lesões esportivas; entre outras.
O trabalho inscrito por Priscila teve como título Materiais de Mudanças de Fase para o Design de Tecidos Inteligentes e foi descrito assim: “A pesquisa desenvolvida utiliza PCMs (materiais de mudança de fase) que absorvem, armazenam e liberam o calor para fornecer o conforto térmico ideal. Este material (PCM) se comporta como o gelo em uma bebida, à medida que ele muda do estado sólido para o líquido, ele absorve o calor e resfria a bebida mantendo-a na temperatura desejada por mais tempo. Vários são os materiais que podem ser usados como PCM, nesta pesquisa usamos o polietileno glicol (PEG). Embora o PEG NÃO seja um material derivado de fonte renovável, ele é completamente atóxico e bicompatível, isto é, não causa irritação quando em contato com a pele, o que é altamente desejável. Existem PEGs de várias massas molares mas o PEG de massa molar 1000 é bastante adequado pois sua mudança de fase sólido- líquido ocorre em torno de 35 C. Desta maneira se a pele se aquecer acima dessa temperatura (em uma atividade física, por exemplo) o PEG se tornaria líquido e ao fazer essa mudança de fases de sólido para líquido ele absorveria todo calor extra da pele. Por outro lado, a medida que a pele se resfria, o calor é liberado e o PCM se torna sólido novamente. Isso faz com que tecidos que tenham PCMs incorporados possam regular continuamente o microclima da pele. As pessoas se sentirão na temperatura certa, independentemente da atividade que estejam realizando ou da estação do ano.
Para que o PCM não escorra quando estiver no estado líquido e possa repetir esse ciclo de aquecimento-resfriamento muitas vezes, ele deve estar dentro de um envólucro. Ha vários tipos de envólucros, sendo o mais comum colocar o PCM dentro de uma microcápsula parecida com aquela dos remédios que ingerimos sob forma de cápsulas, porém bem menor. Existem muitas outras maneiras de se produzir o envólucro para o PEG, nesta pesquisa fizemos uma associação do PEG com poli(ácido itacônico), isto é, produzimos um complexo polimérico entre o poli(ácido itacônico) e o PEG para substituir as microcápsulas de PEG.
O poli(ácido itacônico) é o produto da polimerização do ácido itacônico. O ácido itacônico é pode ser obtido tanto a partir da cana de açúcar através de uma rota química quanto a partir de fermentação pelo fungo Aspergillus terreus (pode falar simplesmente um fungo). Portanto é um produto derivado de fonte renovável que se encaixa perfeitamente dentro do conceito de sustentabilidade.
Para examinar o efeito termoregulador das amostras de tecidos modificados foi usada a técnica de termografia por infravermelho (IR) utilizando-se uma câmera termográfica . Essas câmeras captam por meio de lentes intercambiáveis a radiação infravermelha que é emitida pelo objeto analisado e a decodifica em cores. A partir de temperaturas mais altas para mais baixas as cores são branco, vermelho, amarelo, verde e azul”.
Nesta edição, o CNPq recebeu a inscrição de 2.070 projetos de quase todos os estados do país, que se candidataram a R$ 600 mil em prêmios, incluindo bolsas de pesquisa concedidas pelo CNPq, computadores, visitas a fábricas e laboratórios da GE, participação na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e publicação das pesquisas.
O Reitor da UEMG, professor Dijon Moraes Júnior demonstrou a satisfação de toda a universidade com o prêmio conquistado por Priscila: “O trabalho da nossa aluna, juntamente com sua orientadora profa. Dra. Eliane Aires demonstra a abrangência do design que considera desde as questões estéticos formais até as pesquisas de cunho tecnológicos e inovativos. Ganha com esta premiação a estudante e sua orientadora, a Escola de Design, a Universidade e principalmente o Estado de Minas que demonstra estar no rumo certo em investir na ciência, na tecnologia e na educação publica de qualidade.”
O presidente do Conselho Curador da FAPEMIG, professor João Francisco de Abreu, enviou mensagem ao reitor da UEMG parabenizando Priscila Ariane pela conquista. “Este prêmio demonstra a competência e dedicação à educação, ciência e Tecnologia da nossa UEMG e os progressos que estão sendo realizados na instituição. Nossa saudação especial à orientadora professora Eliane Ayres pelo excelente trabalho realizado.”
Vencedores
O Prêmio Jovem Cientista é uma parceria do CNPq, da Fundação Roberto Marinho, Gerdau e GE. São concedidos prêmios para as categorias Graduação, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Menção Honrosa.
A entrega das premiações será realizada pela presidente da República, Dilma Rousseff, em dezembro deste ano, em solenidade no Palácio do Planalto. Os vencedores da Categoria Graduado receberão R$ 30 mil (1o. lugar), R$ 20 mil (2o. lugar) e R$ 15 mil (3o. lugar). Para estudantes do Ensino Superior, os valores são de R$ 15 mil, R$ 12 mil; e R$ 10 mil. Já os estudantes do Ensino Médio (1o, 2o. e 3o. lugares) receberão um laptop de última geração.
Para a instituição de Ensino Médio e de Ensino Superior que tiveram maior número de trabalhos com mérito científico inscritos, serão pagos R$ 35 mil para cada uma na Categoria Mérito Institucional. O pesquisador doutor para a Menção Honrosa ganha R$ 20 mil.
ESCOLA DE DESIGN
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