O último encontro da Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI), realizado em Juiz de Fora no final do último mês (dias 26 e 27), reuniu os representantes dos Núcleos de Inovação e Tecnologia (NITs) de instituições de ensino e apoio à pesquisa do estado. Dentre os debates da programação, os participantes discutiram sobre como as implicações do Marco Legal da Ciência e Tecnologia para os NITs e a formulação de novas Políticas de Inovação junto aos mesmos.
O professor Gesil Sampaio, coordenador de Transferência de Tecnologia do NIT UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), enfatizou a importância dos investimentos governamentais para se manter as pesquisas das universidades públicas. “Ao contrário do que se pensa, até mesmo nos EUA a maior parte do financiamento das universidades vem pelo governo. E quanto mais duradouro e estrategicamente planejado é esse investimento, melhores os resultados.”
Sua fala foi complementada por Newton Frateschi, diretor executivo da Inova Unicamp: “O papel da Universidade é criar talentos que façam inovação e dar a eles todo suporte necessário para isso.” Frateschi ressaltou ainda a importância das universidades tentarem alinhar suas políticas de inovação entre si, para construírem juntas um ecossistema inovador. Em seguida, Diana Azin, procuradora federal, salientou que as procuradorias devem colaborar com as instituições, para que elas possam se desenvolver sem entraves.
Em outro momento do evento, foi discutido como a inovação gerada pelos NITs pode ajudar a região a se desenvolver, principalmente, economicamente. A assessora de Transferência de Tecnologia da PUC RS, Marli Elizabeth Ritter, enfatizou que não basta implacar patentes no mercado, “é preciso avaliar o impacto delas na sociedade, o que elas provocam, se alteram a rotina das pessoas, se facilitam suas vidas.” A coordenadora da região Sudeste do Fortec, Ana Lúcia Torkomian, trouxe indicadores da propriedade intelectual reforçando isso, “não basta ter muitas patentes, elas precisam ser absorvidas pelo mercado como produto, serviço, processo, etc”.
O professor da Faculdade de Economia da UFJF, Fernando Perobelli, também chamou atenção para a necessidade de espalhar a inovação para as cidades vizinhas dos polos produtores de pesquisa, inovação e patentes. Segundo os dados apresentados por ele, quanto maior o número do depósito de patentes, maior o PIB das cidades onde elas foram registradas. “A chave agora é transformar essas inovações em especialização e vantagem competitiva para as regiões, e criar políticas customizadas para cada uma, conforme seu potencial.”
Também presente no evento, a analista do NIT-UEMG, Cristiane Aguiar, avaliou como muito positivo o encontro, diante das temáticas contempladas e experiências compartilhadas: “Muito ainda temos que realizar, e os encontros da RMPI propiciam troca muito rica entre os participantes e estímulo para continuarmos nossa trajetória, entendendo que dificuldades e desafios são comuns à todos, inclusive para instituições mais experientes. Aproveitamos estes encontros para realizar aproximação junto aos atores e instituições e também para articular algumas visitas técnicas em outros NIT’s do Estado, em busca de aprendizado e fortalecimento da nossa atuação”, enfatizou Cristiane.
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