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Semana de Museus | O papel da visita mediada na formação da identidade dos estudantes
11/06/2018
É possível associar conhecimento e prática, e ainda mostrar para crianças e adolescentes que eles são agentes fundamentais na história de suas cidades? A resposta é sim. Todos os anos, desde 2014, o professor José Heleno Ferreira, formado em Filosofia, doutor em Educação e coordenador do Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho (Cemud), da UEMG Unidade Divinópolis, conduz, na Semana de Museus – que neste ano chegou à 16ª edição e é promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e realizada pelo Cemud –, visitas mediadas com estudantes de escolas locais para conhecer um pouco mais da história da cidade e compreender a importância de se estudar educação patrimonial.
No dia 25 de maio, às 8h, estudantes do 8º ano da Escola Municipal Padre Guaritá, junto ao professor e acompanhados da supervisora Adriana Tavares, visitaram diversos pontos turísticos de Divinópolis para compreender um pouco mais da importância desses locais na formação da população e da própria cidade, além de associar o que aprenderam em sala de aula à realidade do cotidiano.
Para Adriana, que já acompanhou os alunos em diversas outras ocasiões similares, a experiência é muito rica, já que permite que os estudantes vejam de outra maneira o conteúdo que é ministrado em sala, mas que muitas vezes não é tão compreensível apenas de maneira teórica. Ela ainda completou falando sobre a dimensão desses momentos para a absorção de conhecimentos. “É um momento muito importante. O estudante tem a oportunidade de ampliar essa visão que ele tem dentro da escola, e ampliar, também, a visão que ele tem da história, pois, se não forem fornecidos momentos assim, o conhecimento será restrito a só aquele que existe nos livros”, contou.
Praça da Catedral, praça Candidés, Usina da Cachoeira Grande, Usina Gravatá, praça do Mercado e Museu GTO foram os locais visitados, com destaque para um momento em especial na excursão, no qual o professor, depois de ser questionado pelos estudantes, os ensinou a como se orientarem por meio de um relógio de sol localizado na praça Candidés.
Para a estudante Luíza Beatriz Pereira, do 8º ano, que participou também de outras atividades da Semana de Museus, a visita mediada é uma oportunidade de entender um pouco mais da história da cidade. “A importância de participar desses eventos é dar valor. Dar valor às coisas que a gente tem, para que os nossos filhos e netos possam conhecer tudo que a gente viveu, o que fez parte da nossa história”, contou a estudante.
O professor José Heleno ressaltou que ações como a visita mediada são fundamentais para a formação da identidade dos cidadãos, já que, muitas vezes, por residirem em bairros distantes, muitos moradores de Divinópolis desconhecem a história da própria cidade. E essas histórias, inquestionavelmente, fazem parte, também, da história dessas pessoas, de quem elas são. “Nós entendemos que a questão do patrimônio é fundamental para a construção da identidade do sujeito. O sujeito, o cidadão, precisa conhecer o patrimônio do lugar em que vive, precisa conhecer a sua história, para que, inclusive, possa respeitar essa história, já que ninguém ama o que não conhece e nem respeita. E ocupar a cidade, conhecer a cidade, é condição para a construção da cidadania”, finalizou o professor.
Texto: Ayllana da Cunha Ferreira e Lorena Gonçalves – Estudantes do 3º período do curso de Jornalismo da UEMG Unidade Divinópolis
Fotos: Elvis Gomes – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
Orientação: André Camargos, Elvis Gomes e Isabella Marques – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
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