Semana de Museus | Encontro promove troca de saberes entre a Universidade e a comunidade
30/05/2018
Em oração, trocando energia com a terra, a mente e o corpo. Assim,foram iniciadas as oficinas ministradas pelo Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho (Cemud), da UEMG Unidade Divinópolis, na comunidade rural dos Lopes. As atividades desenvolvidas fizeram parte da 16ª Semana de Museus – promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e realizada pelo Cemud e pelo EmRedes - Portal da Memória do Centro-Oeste Mineiro – e tiveram como objetivo a troca de saberes entre a Universidade e a comunidade.
Entre as oficinas realizadas na tarde do último dia 19 de maio, foi oferecida a de confecção de duas bandeiras religiosas: uma em homenagem à Nossa Senhora da Guia e outra à Santa Rosa de Lima. Auxiliados pela professora Virgínia Raimunda Ferreira, do curso de Serviço Social da Unidade, os moradores da comunidade e das redondezas usaram a criatividade para dar vida às bandeiras. “Em primeiro lugar, eu agradeço pela oportunidade. Está sendo uma experiência muito rica. Eu trouxe a proposta, eles rapidamente assimilaram e estão tendo um grau de envolvimento muito grande. Tem a participação direta de algumas pessoas e indireta daqueles que estão em volta da mesa, observando. Está sendo uma construção a muitas mãos”, comentou Virgínia.
Dessa forma, trocando ideias sobre rendas, estampas, fuxicos e tipos de costura, doando e recebendo conhecimento, as bandeiras começaram a tomar forma. Leda Maria de Araújo, moradora da comunidade, contou que ficou muito feliz com a atividade: “Estou achando muito bom, uma experiência nova”.
Paralelamente à produção das bandeiras pelos adultos, a Trupe Boba, composta por Paquetá, Graviola e Mostarda, fez a festa da criançada. Transformados em palhaços, os integrantes do grupo saíram pelas ruas em busca de crianças para brincar. Muita risada, muita brincadeira de roda e de balanço de árvore e muita música marcaram a amizade que surgiu entre os palhaços e as crianças da comunidade. “Está sendo uma alegria muito grande. Nos Lopes, só tem gente bonita. Chamaram a gente para vir aqui brincar com as crianças. Veio um monte de crianças, e a gente está feliz”, contou Gustavo Fidelis, o Paquetá.
Logo após a pausa para a missa das 18h, momento importante da rotina dos Lopes, uma roda de conversa finalizou as atividades do dia. No diálogo entre moradores e a equipe da UEMG Divinópolis, pautas como novos projetos para a zona rural e a tradução do saber acadêmico para o cotidiano da comunidade foram levantadas. “Eu fico pensando naquilo que nos dizia Paulo Freire: que não existem saberes demais nem saberes de menos; existem saberes diferentes, e todos os saberes precisam ser valorizados, precisam ser reconhecidos. Quando a gente propôs esta atividade junto com a comunidade dos Lopes, foi pensando um pouco nisso, que os saberes que a academia produz, os saberes que as comunidades rurais e urbanas produzem precisam ser reconhecidos e precisam ser socializados. Então, é muito importante que a gente realize essa troca de saberes, para que a gente possa aprender junto e possa, também, ter mais essa clareza de que o papel da Universidade é estar contribuindo com o desenvolvimento social da região na qual ela está inserida”, finalizou o professor José Heleno Ferreira, coordenador do Cemud.
Texto: Anna Flávia Alves Vieira – Estudante do 3º período do curso de Jornalismo da UEMG Unidade Divinópolis
Fotos: Elvis Gomes – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
Orientação: André Camargos, Elvis Gomes e Isabella Marques – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
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