3º Canjerê debate Educação Quilombola e Ações Afirmativas nas Universidades
14/05/2018
Entre os dias 11 e 13 de maio, o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, foi palco do 3º Canjerê - Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais. Os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, celebrados em 2018, foi tema da terceira edição do Canjerê.
O evento é uma iniciativa da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais (N’Golo) que conta com a parceria do Governo de Minas mediante apoio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG). Criada em 2005, a N’Golo é formada por cerca de 640 comunidades quilombolas e tem como objetivo representá-las junto ao poder público e à sociedade em geral, articulando a luta pela terra e pelo reconhecimento de direitos, e pela valorização e difusão da cultura quilombola. De acordo com o Decreto 4887/2003, comunidades quilombolas são: “grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”.
Integrando a programação 3º Canjerê, no sábado, dia 12, foi realizado o diálogo institucional “Educação Quilombola e Cotas Quilombolas nas Universidades”, que contou com a participação do Vice-Reitor da UEMG, Professor José Eustáquio de Brito. Em sua exposição, ele apresentou dados sobre o quadro de desigualdade racial não superado pela abolição formal da escravidão destacando a desigualdade salarial entre negros e brancos no Brasil em que 67% dos negros recebem até 1,5 salários mínimos por mês. Afirmou ainda que essa situação repercute de forma abrangente nas oportunidades de inserção da população negra no ensino superior sendo compromisso da universidade pública o enfrentamento da desigualdade social.
Ao se referir aos desafios das instituições púbicas de ensino superior para incorporarem estudantes quilombolas, o professor José Eustáquio destacou que a regulamentação do decreto 47.389/2018, editado pelo Governo de Minas e que institui a política de assistência estudantil no âmbito da UEMG e Unimontes, precisa considerar a situação específica de estudantes quilombolas para uma permanência bem-sucedida nas universidades públicas estaduais.
Além da participação do vice-reitor da UEMG, o diálogo institucional “Educação Quilombola e Cotas Quilombolas nas Universidades” contou com as presenças do Professor Mário Cléber Martins Lanna Jr. (PUC-MG) e das Professoras Shirley Aparecida de Miranda (UFMG) e Iara Viana, da Secretaria de Educação de Minas Gerais.
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