O reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais, professor Dijon Moraes Júnior, esteve presente, na última sexta-feira, 1º de dezembro, no evento em Belo Horizonte no qual o Governo de Minas lançou um Fundo de Investimentos em Participação (FIP) de R$ 50 milhões para empresas de base tecnológica desenvolvidas nos centros de pesquisa de universidades e institutos federais sediados em Minas Gerais.
O fundo, chamado Seed4Science, tem como objetivos fomentar a cultura empreendedora dentro dos institutos de ciência e tecnologia, catalisar o crescimento de startups e empresas inovadoras, estabelecer boas práticas de governança nas empresas investidas e potencializar a captação de novos investimentos.
Moraes Júnior analisou como bastante acertada a decisão do Governo de Minas de criar um fundo que insere as Universidades na lógica do desenvolvimento tecnológico: "Inserir as instituições de ensino superior na estratégia de desenvolvimento do estado é considerar o conhecimento que que se produz na Academia de forma aplicada para o bem do cidadão", avalia.
Para Fernando Pimentel, o lançamento desse fundo de investimentos consolida a vocação de Minas Gerais para se tornar o estado mais empreendedor do Brasil.
“Nós estamos, de fato, criando uma espécie de case para o que nós queremos que o Brasil todo seja. O fundo era essencial para isso. Com dinheiro do Estado e das instituições de fomento de pesquisa, vai proporcionar às startups, aos empreendedores jovens, especialmente os que estão saindo das incubadoras universitárias, aquele impulso inicial. Todos os que estão aqui sabem disso, que o grande gargalo não é lá dentro da incubadora, é depois, no momento em que você sai, vai para o mercado e tem dificuldades para obter um financiamento, alavancar aquilo que pode ser, no futuro, uma grande empresa, um grande negócio”, afirmou.
Segundo o governador, essa iniciativa faz com que o Governo do Estado aponte para o futuro. “Os governos, na verdade, governam o passado. O que nós fazemos, aqui em Minas, é um esforço tremendo para tirar o governo do passado e voltá-lo na direção do futuro. Se você pegar o que o governo faz, 99% do tempo ele administra o passado”, afirmou o govenador, citando como exemplo o pagamento da folha dos servidores, dívidas contraídas em outras gestões, compromissos com a Previdência Social e precatórios, dentre outros.
“Então, para o futuro resta muito pouca coisa. Temos que fazer um esforço gigantesco, como o que fizemos com a Codemig, com o BDMG, para evitar que aquele pedacinho do Estado que ainda produz algum rendimento se volte para o passado. O nosso esforço é evitar que isso volte para o passado, mas sim que aponte para o futuro”, afirmou.
Seed4Science
O investimento pelo FIP, em cada empresa, poderá ser de até R$ 700 mil, em uma primeira rodada, podendo chegar a R$ 3,5 milhões, em investimentos subsequentes. São passíveis de investimento empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, voltadas prioritariamente para os setores de biotecnologia, nanotecnologia, internet das coisas e materiais avançados, bem como tecnologia da informação e comunicação (em especial as que desenvolvem soluções relacionadas a big data e machine learning).
De acordo com o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramirez, o lançamento do fundo é um marco concreto da parceria entre instituições de ensino e a iniciativa privada.
"Esse capital semente contribuirá para que as instituições privadas possam firmar parcerias com as instituições públicas que tenham compromisso com o avanço do conhecimento, de transformar o estado de Minas Gerais numa referência ainda maior no cenário nacional do que ele já é, na área da tecnologia da informação, no campo da comunicação, novos materiais, biomedicina, farmácia e nanomateriais. São áreas emblemáticas e portadoras de tecnologias do futuro”, avaliou o professor.
Segundo o diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Marco Aurélio Crocco, o Estado possui cerca de 200 centros de pesquisas, universidades e outras instituições que produzem conhecimento e mão de obra qualificada.
“Estamos fazendo isso para o conhecimento transbordar de dentro dos centros de pesquisa, onde vamos aportar o capital semente, justamente no momento inicial da startup, quando ela tem muita dificuldade de gestão. Vão ser selecionadas startups com, no máximo, R$ 4,8 milhões de faturamento no último ano, que é um faturamento de micro e pequena empresas. A ideia é de que o fundo, começando com R$ 30 milhões, possa chegar nos R$ 50 milhões e tenha algo em torno de 15 a 19 empresas, dependendo do tamanho e da necessidade inicial”, completou.
O Seed4Science foi estruturado pelo BDMG e pela Fundep Participações (Fundepar) e contará como parceiros com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). Mais informações sobre o Seed4Science pelo e-mail seed4science@fundepar.com.br ou no site www.fundepar.com.br.
Também compareceram à cerimônia o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa, e os presidentes da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Marco Antônio Castello Branco, e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, Evaldo Ferreira Vilela.
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