Professora da Unidade Ituiutaba é destaque em matéria sobre mulheres no agronegócio
06/12/2016
Elas estão por toda parte. São veterinárias, zootecnistas, engenheiras agrônomas, pecuaristas, agricultoras, todas apaixonadas pela lida no campo. Cada vez mais buscam se juntar e compartilhar experiências. Por meio de grupos no Facebook e Whatsapp, se organizam e ganham confiança de que podem e devem ocupar seu espaço. De acordo com o último senso agropecuário do IBGE, de 2006, elas, as mulheres brasileiras, dirigem em torno de 656 mil propriedades rurais no Brasil, 13% de um total de pouco mais de 5 milhões.
Por meio de cursos presenciais, e de um site e uma página no Facebook com 1.665 curtidas, a zootecnista Lilian Jacinto tenta levar mais informação para as mulheres do campo. Seu projeto, chamado Pecuária de Salto Alto, foi criado este ano, quando Lilian, então professora de cursos de ciências agrárias da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), sentiu a necessidade de produzir conteúdos voltados ao público feminino.
“Eu via que as meninas lotavam cada vez mais as minhas salas de aula, chegando a ser 50% ou até 60% do total de alunos, mas que faltava material focado especificamente nelas”, afirma. A realização em 2016 do 1° Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio foi um primeiro passo, lembra a zootecnista. Da criação do Pecuária de Salto Alto para cá, Lilian postou em suas redes conteúdo sobre mulheres que, para ela, são referência no agro, falou de iniciativas que fomentam a criação de lideranças e ofereceu, somente para o público feminino, cursos focados no manejo de bezerros e novilhas e morfologia de Gir e Girolando.
Natural de Ituiutaba, MG, ela brinca que foi treinada desde criança para ser juíza de vaca, como o pai, mas que mesmo tendo vivência na fazenda e sendo formada na área, sabe o peso que tem o preconceito entre as mulheres do agro. “Esse é um tema muito presente para algumas de nós e que eu vejo entre as minhas alunas. Elas não sabem o que vão encontrar pela frente, se alguém vai colocar em dúvida o trabalho delas, e eu acho importante falar disso”, diz.
Outra questão é o assédio: “Muitas delas me perguntam o que fazer, como agir, mas é difícil tratar desse assunto, porque você não sabe qual vai ser a reação do outro lado. O fato é que o assédio existe no meio, e é moral, profissional, psicológico e até sexual”, afirma. E para superar esses temas, Lilian acredita que eles precisam ser debatidos.
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ITUIUTABA
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