Lançado Livro: Cartas de esperança em tempos de ditadura
18/05/2015
Foi lançado na noite desta última sexta feira, 15 de maio, no Auditório da PUC - Minas, o livro "Cartas de esperança em tempos de ditadura" que trata de uma coletânea de correspondências trocadas entre Frei Betto e Leonardo Boff com Alceu Amoroso Lima (pseudônimo Tristão de Athayde) as quais foram pesquisadas, organizadas, comentadas e publicadas pelo Leandro Garcia Rodrigues com edição da Editora Vozes do Rio de Janeiro.
O evento seguiu de apresentação e debate entre Frei Betto, Leandro Garcia e Alceu Amoroso Lima Filho, em noite que foi composta por uma platéia privilegiada pela riqueza de informações sobre o período vivido pelo Brasil na época da ditadura militar.
O reitor da UEMG, Dijon Moraes Júnior, convidado para o evento, relata a sua admiração, e de toda sua geração, pelos textos do Frei Betto e Leonardo Boff que agora nos brindam com estas cartas que foram trocadas com o Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) durante o período em que estiveram presos em São Paulo por durante grande parte do Regime Militar.
Estas correspondências foram utilizadas por Amoroso Lima, em suas crônicas no Jornal do Brasil e na Folha de São Paulo, como forma de desmascarar as atrocidades cometidas nos porões da ditadura as quais o autor da obra Leandro Garcia denomina de "catacumbas pós-modernas". Para Garcia Rodrigues, "os textos são mais que cartas de prisão, são textos que evocam a liberdade. Neste sentido, Alceu Amoroso Lima foi o destinatário do Frei Betto e de Leonardo Boff, cujas missivas não apenas denunciavam as torturas e os desmandos do regime instaurado em 1964, mas também evocavam - e aclamavam - por justiça e libertação".
O autor da obra, já tinha lançado outros livros com abrangências e estruturas semelhantes envolvendo correspondências havidas entre Mário de Andrade e Alceu Amoroso Lima (Edusp, 2014) e mais recentemente as trocadas entre Carlos Drummond de Andrade e Alceu Amoroso Lima (Ed-UFMG, 2014).
Alceu Amoroso Lima Filho, um dos participantes no debate de lançamento do livro, é uma testemunha ocular desta parte da história brasileira e narra a sua visão dos acontecimentos vivenciados pela família e pelo pai que, contrariando a Academia Brasileira de Letras, foi o primeiro acadêmico a denunciar os desvios de rumo da revolução para o autoritarismo e para o regime opressor militar.
Para o reitor da UEMG, "É uma satisfação gozar da amizade e do convívio do Alceu Amoroso Filho e da Elisa, é sempre um privilégio conhecer fatos históricos pelo viés dos que viveram ou vivenciaram os fatos como protagonistas". Conclui Moraes.
REITORIA
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