Professora da Escola Guignard inicia criação de Museu Virtual de brasileiros na Grécia
04/02/2014
No âmbito de projeto de pesquisa e extensão desenvolvido pela curadora Celina F. Lage (foto), professora da Escola Guignard-UEMG, os brasileiros e brasileiras residentes na Grécia participaram de encontro organizado na galeria CAMP! (Contemporary Art Meeting Point) em Atenas, Grécia, onde foram filmados os primeiros depoimentos para compor o Museu Virtual de Brasileiros e Brasileiras no Exterior – Grécia, no dia 22 de Janeiro de 2014.
O presente projeto em desenvolvimento pretende construir um Museu Virtual de narrativas digitais situado na internet, que se constituirá basicamente de uma plataforma interativa que visa reunir depoimentos audiovisuais com a intenção de registro e manutenção da memória desta comunidade. A comunidade futuramente participará da criação do acervo com a filmagem de seus próprios depoimentos, através de plataforma digital interativa na internet, atuando desta forma como autores na constituição do seu próprio espaço museológico.
A curadoria é feita pela pesquisadora brasileira, que viveu durante 10 anos na Grécia na condição de imigrante, conhecendo de perto o perfil variado dos brasileiros desta comunidade. A proposta prevê a continuidade das ações após a conclusão do projeto, na medida em que pretende criar mecanismos interativos para a constante renovação e atualização deste acervo. O projeto pretende surtir ainda um efeito multiplicador, uma vez que poderá servir de modelo para o uso por outras comunidades de brasileiros que vivem em outros países do exterior. O resultado beneficiará a comunidade de brasileiros e brasileiras residentes na Grécia, através da diversificação das vozes na constituição da narrativa histórica brasileira em território estrangeiro. A proposta visa criar espaço de livre expressão para o registro de histórias da vida de cada pessoa e de suas atividades profissionais, de narrativas ligadas a fatos históricos (como a memória pessoal da I e II Guerra Mundiais, guerra civil, e outras guerras), das experiências vividas por pessoas que habitam regiões isoladas (nas 227 ilhas habitadas da Grécia ou nas regiões montanhosas), de manifestações artísticas, de ações coletivas, de lembranças que possuem do Brasil, da expressão da sua identidade cultural, de diferentes visões de mundo, do sentimento da alteridade, etc.
A presente proposta visa legitimar e empoderar o discurso e a memória do imigrante brasileiro. A criação do Museu Virtual, desta forma, promoverá a preservação do patrimônio imaterial desta comunidade, através do exercício do direito à cultura e à memória, o respeito à diversidade cultural, e à dignidade humana. A participação ativa da própria comunidade na construção do Museu Virtual potencializará seu uso como fator de inclusão e de transformação social.
O Projeto foi vencedor do Prêmio “Pontos de Memória no Exterior”, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e Ministerio da Cultura do Brasil em 2013.
ESCOLA GUIGNARD
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