Eymard Brandão inaugura exposição Solo e Subsolo na cidade de Tiradentes
03/02/2014
Atelier do artista (detalhe) Data: 2014. Foto de Eymard Brandão.
EYMARD BRANDÃO é natural de Belo Horizonte onde trabalha e reside. Graduou-se em artes plásticas pela Escola Guignard (hoje integrada à Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG) em 1971, onde exerceu o cargo de Diretor, entre os anos de 2004 a 2008. Tem seu atelier no condomínio rural Jardins de Petrópolis, em Nova Lima. O contato com a natureza desta região cria também diversos vínculos com trabalhos realizado por ele, em processos de ruptura e transformação.
Segundo a historiadora Marília Andrés, Eymard Brandão é um artista profundamente coerente com seu trabalho e sintonizado com a arte contemporânea. Criou uma poética pautada na pesquisa de materiais no seu fazer artístico e norteada pela ideia da desconstrução na linguagem visual. O curso de pós-graduação realizado na Índia, no início dos anos oitenta, direciona seu olhar para objetos ecológicos e urbanos, que guardam resíduos do passado e transformam-se em material integrado na construção de seus desenhos e pinturas. No processo de construir e destruir que marca sua poética, Eymard está discutindo as diversas possibilidades das linguagens plásticas e o próprio fazer artístico.
Sua experiência de pesquisador que conhece a significação do pensamento e da sensibilidade no processo de criação artística, desdobra-se no ensino da arte para os alunos da Escola Guignard, onde leciona desde o início dos anos setenta, até o momento presente. Profundamente sintonizado com as transformações dessa escola, tornou-se extremamente consciente da importância do ensino, da pesquisa e da circulação da obra de arte na sociedade contemporânea.
Em 2014, no dia 08 de fevereiro, o artista estará abrindo exposição com seus novos trabalhos no SESI TIRADENTES - Centro Cultural Ives Alves.
Nesta mostra existe a predominância de um fazer artístico realizado com materiais retirados da natureza, que gerou o título “Solo e Subsolo” que Eymard deu para esta individual. Por outro lado ele não exclui símbolos, cores e formas do universo urbano que o envolve de diversificadas maneiras, integrando-se consequentemente nas poéticas garimpadas entre terras e asfaltos.
A imagem fotográfica é um elemento novo que Eymard integra em muitos destes trabalhos que apresentará. Às vezes é registro estético das interferências realizadas fora de seu atelier e, em outras, estabelece uma relação entre a fotografia e a matéria usada na execução dos quadros, com o olhar focado na terra mineira que registra marca de tratores no solo, minérios de ferro, cortes em montanhas e resíduos da exploração siderúrgica onde, neste caso, revela ações ligadas a novos olhares para atuais questões no campo da sustentabilidade.
O artista se refere ao desenho como um olhar sempre presente nos trabalhos que tem realizado desde a época de estudante. E é usual encontrarmos também em diferentes etapas de sua trajetória, o espaço composicional dividido simetricamente em duas partes iguais. Segundo Eymard, isto não é uma repetição e sim um novo desafio, pois os materiais nesta divisão passam por constantes transformações que já aconteceram desde o desenho realizado com grafite até as terras e minérios, que deixam de ser agora um meio de expressão e se tornam um fim quando aderidas diretamente nos suportes com os quais trabalha. Todo este processo resulta num trabalho que, segundo Vera Casa Nova, Sentir é o melhor a fazer. Tocar se possível para ver. Tocar o pó que virou matéria dura, enrijecendo ou amolecendo o contato. Ao mesmo tempo longe e perto. Imagens aderentes, palpáveis, para que a mão se emocione.
“SOLO E SUBSOLO”
SESI TIRADENTES – Centro Cultural Yves Alves
Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
Rua direita 168 – Centro
Tiradentes/MG
De 08 de fevereiro a 16 de março de 2014
(De domingo à quarta-feira, das 8h às 18h; das quintas-feiras aos sábados, das 9h às 22h)
ESCOLA GUIGNARD
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