Tatiana Azzi, Mara Guerra e Manuella Luz, todas pesquisadoras da UEMG, integraram uma mesa redonda na manhã da última sexta-feira, dia 8, que apresentou a proposta do grupo de pesquisa sobre memória dos oficias e as relações intersemióticas entre design, arte e artesanato. A mesa foi mediada por Angélica Adverse, também da UEMG.
A discussão retratou o resgate da preservação e a memória dos elementos artísticos no design, seja na costura, móveis, objetos metálicos, assessórios e em muitos outros produtos.
As pesquisadoras salientaram que o passado e o presente têm um referencial no design, que está sempre inovando e trazendo tendências para o mercado. O que une o passado e o presente é o conceito de inovação, mas para que isso aconteça, é necessária uma experiência com o passado.
A preservação só acontece quando existe mudança, pois aceitando a inovação, o produto se renova, mas não perde suas tradições. Os objetos e os monumentos, portanto, reforçam a memória. Dessa forma, acontece uma transformação, que gera a preservação.
Outro tema tratado na mesa diz respeito à formação do aluno de Design. Uma dificuldade encontrada no Design de Moda, por exemplo, é quando os estudantes se deparam com a produção de peças nas máquinas de costuras. Antigamente, os alunos eram obrigados aprender artesanato, mas hoje a sociedade consome mais do que produz e alguns alunos acabam abandonando o curso pela falta de habilidade com as máquinas. Esse manuseio da máquina é necessário, pois a artesania inclui a experiência da manufatura.
Angélica Adverse destaca que a dificuldade dos alunos quando se deparam com essas situações: “O aluno lida com a produção de imagem, mas não lida com a produção do objeto”.
Uma das conclusões a que a discussão chegou foi que, por uma questão social, deve existir uma reeducação de preservação para que o design se inove sem deixar de praticar a manufatura, que é o diferencial da profissão.