Seminário “Terra Comum, Propriedades Coletivas e Outras Espacialidades: Práticas e Ideias”
21/05/2018
Quais são as conformações de espaço e de trabalho possíveis num projeto de vida em comum? De 23 a 25 de maio, o Seminário “Terra Comum, propriedades coletivas e outras espacialidades: práticas e ideias” discutirá os modos de ocupar e usar a terra, o ar e o subsolo, para além do princípio estrutural da propriedade, seja ela pública ou privada. O Seminário tem como objetivo apontar tipos de coletividade, baseados na propriedade ou no uso, que questionem a hegemonia do modo de produção capitalista. O evento será realizado a partir das 19h, no auditório do BDMG.
As organizadoras do evento, professoras e pesquisadoras Ana Baltazar (UFMG) e Louise Ganz (Escola Guignard UEMG), explicam que é necessário por em questão hoje a lógica econômica desenvolvimentista, em que comunidades tradicionais são suplantadas pelo agronegócio, os parques e reservas de água são explorados por mineradoras e indústria extrativista, bem como as cidades são metropolizadas pelo capital financeiro. “A história de nosso país se faz com base na propriedade e na concentração fundiária rural ou urbana, somando a isto os hábitos da devastação, sendo o primeiro a arrancada veloz e brusca do pau-brasil pelos colonizadores”, afirma Louise, ao lembrar que o sistema de sesmarias e capitanias hereditárias estabeleceram o marco para o início da concentração da terra para poucos, seguido da Lei de Terras em 1850 e do Estatuto da Terra em 1964. “Vamos falar de estratégias de resistência, ganhos e perdas nos processos de lutas, experiências concretas de consolidação da tradição, do passado e do presente, leituras pelo campo da arte e sua potência para a construção crítica de imaginários, e quais ferramentas jurídicas despontam na direção do direito comum, para além da propriedade”, sintetiza.
O Seminário organiza-se em torno de palestras, em três sessões temáticas: “Espaços e Tradições”, que aborda a consciência histórica da tradição e a contínua construção de formas de resistência; “Lutas e Cotidiano”, sobre as lutas anti-capitalistas pelo direito aos bens comuns, seus mecanismos de ação e os desdobramentos no cotidiano; “Direito à Terra e Novas Formas de Propriedade”, que discute os mecanismos jurídicos de acesso à terra, aos bens comuns e moradia na proposição e implantação de novas ou outras formas de coletividade.
ESCOLA GUIGNARD
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